A vida de Jorge Zahar se confunde com a história das ideias no Brasil no século XX. Livreiro que se tornou editor, inaugurou no país a edição profissional de Ciências Humanas, colaborando decisivamente para a formação de sucessivas gerações de leitores. Em A marca do Z (Zahar, 296 pp, R$ 77,90 / R$ 39,90, o e-book), Paulo Roberto Pires de Oliveira traça um perfil robusto do fundador da Zahar, editora comprada pelo Grupo Companhia das Letras em 2019. Jorge Zahar gostava de dizer que editor não é necessariamente um intelectual, mas alguém sensível ao fenômeno cultural. E isso ele soube ser na dedicação apaixonada ao catálogo que construiu. Com sua formidável antena para clássicos e contemporâneos, “revelou” Jacques Lacan ao público brasileiro e transformou em best-seller História da riqueza do homem, de Leo Huberman, que considerava o livro de sua vida. Na impressionante lista de autores que publicou estão Freud, Marx, Mircea Eliade, Althusser, Erich Fromm, Fernando Henrique Cardoso, Garcia-Roza, Bertrand Russell, Norbert Elias, Gilberto Velho, Eisenstein, Zizek e Bauman.