Na manhã desta quarta-feira (15), o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e a Nielsen Books divulgaram o resultado do quinto Painel do Varejo de Livros no Brasil. O relatório mensal acompanha a venda de livros em livrarias, supermercados, e-commerces e lojas de autoatendimento.

Entre os dias 25 de abril a 22 de maio – período que compreende o Dia das Mães – os estabelecimentos monitorados pelo instituto de pesquisa registraram a venda de 3.98 milhões de exemplares e o faturamento de R$ 169,2 milhões.

Quando confrontado com igual período de 2021, o volume de vendas é 4,27% menor. No entanto, o Painel registra crescimento de 2,06% no faturamento. Porém, é importante destacar aqui que este crescimento não considera a inflação no período, de 11,13%, segundo o IPCA. Ou seja, não há crescimento real.

De janeiro a maio

Apesar disso, no acumulado do ano, o Painel registra números positivos. De janeiro a maio, o setor vendeu 22,3 milhões de exemplares, número 8,18% maior do que o registrado nos cinco primeiros meses de 2021. Já o faturamento cresceu 12,35% – acima, portanto, da inflação – batendo R$ 996,4 milhões.

Dante Cid, presidente do SNEL, analisa: “Percebemos a manutenção da tendência de desaceleração ocorrida desde o início do segundo trimestre, com os didáticos apresentando um importante contraponto à desaceleração mais forte de outros segmentos”. O faturamento apurado com o segmento citado por Cid apresentou crescimento de 4,54 pontos percentuais em relação a 2021.

Do outro lado da gangorra, está Não Ficção Especialista, onde a Nielsen coloca os livros Científicos, Técnicos e Profissionais (CTP). Este foi o segmento que mais perdeu importância no período, caindo 7,11 pontos percentuais.

Inflação que atrapalha

O executivo completa: “Nosso desejo é que a inflação arrefeça o quanto antes e gradativamente o poder de compra do leitor seja restabelecido, permitindo ao setor uma retomada do crescimento em unidades vendidas”.

A inflação se tornou um componente importante para o mercado nos últimos meses. A alta recorrente dos índices afeta diretamente o comércio e a indústria de livros e o Painel registra isso. No geral, o preço médio do livro ficou 3,05% mais caro e isso é sentido em todas as categorias. Destaque para Não Ficção Trade, que reajustou seus preços médios em 11,06%; Ficção, com alta de 5,29%; Infantil, Juvenil e Educacional, com 3,47% e Não Ficção Especialista, com 1,11%.

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