Felínio Freitas acaba de lançar o livro Mediação de leitura para o encanto (Telha, 336 pp, R$ 79), uma abordagem sensível e interdisciplinar sobre o papel do mediador de leitura no Brasil. A obra investiga como práticas culturais afro-brasileiras, como a pedagogia dos terreiros e a cerimônia do padê, influenciam a formação de leitores e a construção de acervos literários.

Com um olhar atento às desigualdades sociais, Freitas explora temas como a corporalidade no ato de ler e o impacto das práticas leitoras entre operários e operárias. Ele também resgata a importância da encruzilhada como metáfora para os desafios e potencialidades da mediação em contextos diversos, destacando sua dimensão política, poética e ética.

Bel Santos Mayer, em sua apresentação do livro, ressalta a singularidade da abordagem do autor: “Felínio entrega o que sabe, mas reconhece o que ainda não sabe. Ele herda de seus ancestrais o respeito aos silêncios e segredos, elementos fundamentais na construção da autonomia leitora.”

A obra combina teoria e prática, oferecendo insights valiosos para educadores, mediadores culturais e gestores de bibliotecas que buscam alternativas para fomentar a leitura em um país marcado por desigualdades. Freitas propõe, assim, um modelo de mediação que valoriza a diversidade cultural e as histórias de resistência que permeiam o Brasil.