Ano novo começando e a pergunta que fica é: o que o futuro reserva ao mercado editorial? Com base nos dados e tendências que se desenharam nos últimos meses, pode-se dizer que o cenário que se avizinha é um convite à adaptação, à criatividade e à busca por novas formas de conectar leitores e livros.

A dança dos números

Observando os gráficos do Painel do Varejo de Livros de 2024, percebemos uma coreografia instável: períodos de alta se alternam com quedas no volume de vendas. Essa volatilidade nos indica que o mercado está sensível a fatores externos, como a conjuntura econômica e eventos sazonais, exigindo dos agentes do setor uma postura ágil e estratégica.

Este mesmo cenário deve se projetar para 2025. A projeção mais provável é que haja essas pequenas oscilações nas vendas, com o crescimento em datas promocionais e quedas em outros períodos.

O preço médio dos livros deve continuar subindo, acompanhando a inflação e os custos de produção. No entanto, isso vai demandar especial atenção para garantir a acessibilidade ao produto. Há uma

As tendências que se consolidaram em 2024 serão ainda mais relevantes em 2025:

  • Consolidação das livrarias on-line como principal canal de venda: A praticidade e a conveniência das compras online continuarão a atrair os consumidores, consolidando as livrarias exclusivamente virtuais como o principal canal de venda de livros no país
  • Para se manterem competitivas, as livrarias físicas precisarão oferecer algo mais do que apenas livros. A criação de espaços de convivência, a realização de eventos e a oferta de serviços como cafés são algumas das estratégias que podem atrair o público de volta às lojas físicas.
  • As redes sociais continuarão a desempenhar um papel importante na descoberta de novos livros e autores. As editoras e livrarias devem seguir se adaptando a essa realidade, investindo em estratégias de marketing digital e buscando parcerias com influenciadores.
  • No digital, os audiolivros devem crescer um pouco mais com os novos investimentos das plataformas, em especial a Audible.
  • A busca por livros que representem a diversidade da sociedade continuará a crescer. Editoras e autores devem se atentar a essa demanda, publicando obras que abordem temas como raça, gênero, sexualidade e inclusão social.
  • As inteligências artificiais generativas serão cada vez mais incorporadas aos processos editoriais e gerenciais das editoras. Seja auxiliando na preparação e revisão de um texto, seja na predição de tiragens e reimpressões ou no planejamento logístico.
  • Em 2025, a cidade do Rio de Janeiro é a Capital Mundial do Livro, atraindo investimentos especiais para a realização de ações que celebrem a conquista. Neste contexto, a Bienal Internacional do Livro Rio será uma oportunidade ímpar para autores, editores, livreiros e distribuidores.

Em resumo, a instabilidade do mercado exige adaptações constante. É preciso investir em tecnologia para aprimorar a experiência do cliente, tanto no ambiente físico quanto no digital. As editoras devem explorar novos formatos e modelos de negócio, como audiolivros, e as livrarias devem se reinventar como espaços de convivência e curadoria especializada. Acima de tudo, é crucial garantir a bibliodiversidade, oferecendo um leque amplo de títulos que representem a pluralidade da sociedade brasileira.