Na última quarta-feira, 28, morreu o escritor queniano Ngũgĩ wa Thiong’o. Ele é autor do livro Descolonizando a mente: A política linguística na literatura africana (224 pp, R$ 74,90; R$ 52,90 o e-book) publicado no Brasil pela Dublinense, com tradução de Hilton Lima.
Já nas primeiras páginas do livro, publicado originalmente em 1986, Ngũgĩ wa Thiong’o esclarece que Descolonizando a mente seria seu último livro escrito em inglês, idioma no qual vinha produzindo até então. Ele defende que a decisão é política.
Se, durante os séculos 18 e 19, a Europa roubava da África para abastecer casas e museus, no século 20 ela se apropria da sua intelectualidade, pois os autores africanos, mesmo com a independência dos seus países, seguem escrevendo no idioma do colonizador.
Descolonizando a mente é, assim, um manifesto de um dos maiores nomes da literatura africana a favor de uma produção acessível a toda a população e um incentivo para se pensar sobre língua e identidade, apagamentos e estruturas de poder.
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