Mensalmente, o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e a Nielsen Book realizam o Painel do Varejo de Livros no Brasil. O relatório aponta os volumes e o faturamento apurados com a venda de livros em um conjunto de varejistas brasileiras. O segundo Painel do ano, referente ao período de 30 de janeiro a 26 de fevereiro, registra uma queda de 12,93% em volume e 7,61% em faturamento.

Em números absolutos, a Nielsen apurou a venda de 4,03 milhões de exemplares e faturamento de R$ 194,8 milhões. Estes números não foram suficientes para superar o desempenho do ano anterior. No mesmo período de 2022, quando o mercado livreiro retomava com fôlego após o primeiro ano da pandemia, o Painel registrava 4,63 milhões de livros movimentados e um faturamento de R$ 210,94 milhões.

No ano, o setor já perdeu 2,34% do seu faturamento e 8,82% no número de exemplares vendidos.

Outro dado relevante que o Painel mostra é a queda do número de ISBNs em circulação nas varejistas analisadas. Nesta mesma base de comparação, o instituto de pesquisa observou redução de 9,86% neste quesito. O preço médio do livro ficou em R$ 48,30 – 6,10% acima do registrado em 2022. O reajuste ficou acima do acumulado nos últimos doze meses. Segundo o IPCA, este índice é de 5,60%.

O que dizem sobre os resultados

Em comunicado enviado à imprensa, Ismael Borges, gerente territorial da Nielsen Book no Brasil, comenta: “a bibliodiversidade caindo em quase 2 dígitos, preço médio acima da inflação, queda expressiva de vendas em volume e valor, o início de 2023 não deixa dúvidas que o mercado editorial terá um ano desafiador”. No entanto, o executivo faz uma ressalva: “Vale sempre lembrar que estamos fazendo comparações com bases bastante altas, já que 2022 começou muito forte. A expectativa é que no decorrer dos períodos os números possam se equalizar”.

Quem também comenta os resultados é Dante Cid, presidente do SNEL: “O evidente declínio do período vem confirmar as preocupações demonstradas pelo setor com o cenário econômico. Ainda é cedo para estabelecermos uma tendência de médio prazo, mas será fundamental que o PIB apresente sinais de crescimento sustentado”.

Para baixar a íntegra do painel, acesse o site do SNEL.