Nesta quarta-feira (18), o IBGE divulgou os resultados da sua Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) referente a agosto. No mês, o volume de vendas do comércio, em geral, variou 0,2% frente a julho. Em relação a agosto de 2022, o setor apresentou crescimento de 2,3% e no acumulado do ano (janeiro a agosto), o varejo acumula crescimento de 1,6%.

Olhando especificamente para o segmento de “livros, jornais, revistas e papelaria”, a coisa muda de figura. Em relação ao mês anterior, este segmento apresentou queda de 3,2%. Na comparação anual, com agosto de 2022, a queda é de 15,7%. Esta é a sétima queda consecutiva nesta base e comparação. Já no acumulado do ano, a categoria registra queda de 2,5% e é o segundo mês consecutivo a registrar perdas.

O único índice positivo de “livros, jornais, revistas e papelaria” aparece no acumulado dos últimos doze meses, quando a categoria registrou crescimento de 1%.

Pela sua metodologia, a PMC não separa “livros” de “jornais, revistas e papelaria”.

Painel do Varejo de Livros no Brasil

Outro relatório que acompanha mensalmente as vendas de livros diretamente ao consumidor no país é o Painel do Varejo de Livros no Brasil. Realizado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela Nielsen, o documento apura a venda de produtos com ISBN nas maiores varejistas do país.

De acordo com o último relatório, referente ao período de 17 de julho a 13 de agosto, os estabelecimentos monitorados pela Nielsen venderam 3,9 milhões de unidades e faturaram R$ 181,6 milhões. Em relação ao mesmo período do ano passado, isso representa queda de 10,13% em volume e de 1,36% em valor.

Em comunicado enviado à imprensa, Ismael Borges, gerente da Nielsen Book no Brasil, explica a queda: “Um período atípico com uma variação superlativa, destacando o preço médio consideravelmente mais alto, com descontos maiores que os observados ao longo do ano. Um dos fatores considerados é a realização da Bienal do Rio de Janeiro. Por metodologia as vendas durante a feira não são contabilizadas e consta que as editoras obtiveram sucesso de vendas durante a feira”.

O preço médio a que Ismael se refere ficou 9,76% mais alto, na comparação com 2022.

Diferentemente do estudo do IBGE, a Nielsen registra um crescimento no faturamento acumulado de janeiro a agosto, na ordem de 1,87%, totalizando R$ 1,56 bilhão, frente aos R$ 1,53 bilhão registrado em 2022. Vale observar que este crescimento é nominal, não considerando, portanto, a inflação. Segundo o IPCA, a inflação acumulada no ano é de 3,5%.