A relação entre literatura e história é um tema vasto, permeado por questionamentos sobre como a ficção pode construir e dialogar com a experiência histórica. No livro Sobre literatura e história: Como a ficção constrói a experiência (Companhia das Letras, 272 pp, R$ 99,99), o professor Júlio Pimentel Pinto faz um mergulho nesse universo, explorando o cruzamento entre essas duas áreas do conhecimento.

No volume, o professor do Departamento de História da USP apresenta uma análise profunda, convidando o leitor a refletir sobre como os protocolos discursivos da história e as formas especulativas da ficção podem se entrelaçar e se distinguir. Julio Pimentel Pinto não apenas destaca a permeabilidade dos limites entre esses campos, mas também ressalta a importância de reconhecê-los como práticas e saberes distintos.

Por meio da leitura de autores como Julio Cortázar, Jorge Luis Borges, Ricardo Piglia, Octavio Paz, Juan Carlos Onetti, Milton Hatoum, Edgar Allan Poe, José Martí, Sousândrade e Raymond Chandler, entre outros, o autor revela as questões compartilhadas entre o fazer do historiador e do escritor. A ficção, segundo Pinto, não deve ser vista como mera ilustração de um argumento histórico, assim como a história não deve ser relegada a um simples pano de fundo para a escrita ficcional.