Na semana passada, a Bienal Internacional do Livro de São Paulo (02 a 10/07) divulgou a programação da sua 26ª edição, que volta a ser presencial neste ano.

Imediatamente, nomes como Jenna Evans Welch e Elena Armas correram pelas redes sociais depois do anúncio. Elas são alguns dos destaques internacionais do evento, ao lado dos portugueses Valter Hugo Mãe e Afonso Cruz, da moçambicana Paulina Chiziane e do angolano Kalaf Epalanga.

Entre os brasileiros que passarão pela Bienal estão Laurentino Gomes, Mario Sergio Cortella, Mauricio de Sousa, Miriam Leitão, Itamar Vieira Jr., Ailton Krenak, Conceição Evaristo e Thalita Rebouças.

Mas, a Bienal terá um espaço específico para debater as questões do mercado editorial. É o Papo de Mercado Metabooks, que tem curadoria deste que vos escreve <3.

E já que estamos numa conversa informal, como em um happy hour, passo a usar os verbos na primeira pessoa a partir de agora.

De que depende o futuro desta indústria?

Quando fui convidado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), realizadora da Bienal, primeiro, me veio um orgulho danado. O orgulho aos poucos foi abrindo espaço para o peso da responsabilidade e, sobretudo, para uma obsessão: “quero discutir o futuro dessa indústria”.

Corri atrás de muitas pessoas para ouvir e entender o que elas pensam de futuro. Como será essa indústria daqui a cinco anos? Como as livrarias se comportarão no futuro próximo? O que há de novidade que precisamos discutir?

As hipernovidades

Um dos temas que trago para o debate é “Direitos de autor em tempos de block chain, inteligência artificial, NFT e metaverso”, reunindo um time de primeira que inclui Fredy Forero (Colômbia), Gustavo Martins de Almeida (Brasil), Vera Castanheira (Suíça) e Jens Klingelhöfer (Alemanha).

Aliás, o metaverso, tema do momento e uma hipernovidade a ser desvendada, terá uma mesa só para ele. Convidei o especialista Eduardo Acquarone que será sabatinado a fundo pela antenadíssima Gabriela Dias.

Perspectiva digital de como ficará o Papo de Mercado Metabooks dentro do pavilhão da Bienal Internacional do Livro de SP

O papel e o futuro das livrarias

O PublishNews, que apresentará a sua programação do Interlivro dentro da arena, vai entrevistar James Daunt, CEO das duas principais redes de livrarias do mundo ocidental: a Barnes & Noble (EUA) e Waterstones (Reino Unido). Ele tem conseguido salvar essas duas livrarias, como bem destacou recentemente o New York Times recentemente. Acho que ele tem muito a nos ensinar.

Ainda falando de livrarias, vamos receber lá no Papo de Mercado Metabooks o encontro das novíssimas livrarias de São Paulo. Estou especialmente curioso para saber o que essas pessoas pensam e o que querem para o futuro dos seus negócios.

Haverá futuro sem diversidade?

Eu, particularmente, não acredito que essa indústria terá futuro sem diversidade – diversidade de temas, de autoria, de personagens e, sobretudo, de mão-de-obra. Se queremos ter um futuro, precisamos de pessoas diversas trabalhando nas empresas do ramo. Então, este é outro tema que passará pelo Papo de Mercado Metabooks, reunindo nomes como Fernando Baldraia (Companhia das Letras), Nicole Mahier (Jandaíra), Felipe Brandão (Planeta) e Raquel Menezes (Oficina Raquel).

O ESG – Environmental, Social and Governance – que tanto faz barulho no mundo corporativo também é assunto para a indústria do livro? É o que vai responder Juliano Griebeler, diretor de Sustentabilidade da Cogna na mesa ESG e o livro.

Livros que viajam e se desdobram em outros produtos

A internacionalização da literatura brasileira é outro tema de destaque do Papo de Mercado Metabooks. Para falar sobre isso, trouxemos o caso de Torto arado, aqui publicado pela Todavia e, no México, pela Textofilia. Leandro Sarmatz e Ricardo Sanchez Riancho, os editores responsáveis pelos livros nos dois países, vão se sentar lado-a-lado para falar sobre os caminhos que o livro tomou nessa viagem.

As conversas entre a literatura e o audiovisual também ganharão destaque no Papo de Mercado Metabooks. Lá, vamos receber a produtora Mayra Lucas, a escritora Bruna Vieira e as agentes literárias Alessandra Ruiz e Anna Luiza Cardoso para falar sobre o assunto.

Tirando editores dos bastidores

Uma outra coisa que me ocorreu fazer neste Papo de Mercado Metabooks foi tirar editores e editoras dos bastidores. Se nomes como Mauricio de Sousa, Ziraldo e Pedro Bandeira, historicamente, reuniram multidões na Bienal, os seus editores têm algo a dizer. E foi assim que nasceu a trilha A Marca do Editor, na qual vou entrevistar editores por trás de livros que serão ou foram destaques na Bienal do Livro de São Paulo. Estou tão animado com isso!

E muito, muito mais…

A programação do Papo de Mercado Metabooks vai além: terá uma trilha especial para autores independentes, um encontro de editores educacionais, uma programação especial para livrarias, vamos debater lá o livro em Brasília, com a presença de deputados e senadores da Frente Parlamentar do Livro, programação especial que coloca Portugal, país homenagedo, como foco e muito, muito, muito mais.

Lembrando que, neste ano, a Bienal está de casa nova. Acontecerá no Expo Center Norte (Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme)

Por fim, agradecer imensamente à Câmara Brasileira do Livro e à Metabooks pela confiança e também aos parceiros: International Publishers Association (IPA), Centro Regional de Fomento ao Livro na América Latina e Caribe (Cerlalc), Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep), Turismo de Portugal, Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLB), Brazilian Publishers, PublishNews, LC Comunicação e a todos os convidados que prontamente aceitaram o meu chamado. Sem vocês, não teria feito nada.

Para conferir a programação (quase) completa, clique aqui. Esperto todos lá!