Em atividade há 50 anos, o editor, escritor e artista gráfico Sebastião Nunes é conhecido por suas experimentações radicais. No livro Sebastião Nunes: Delirante Lucidez (Lote42 & Casa Rex – Coleção Gráfica Particular, 48 pp R$ 30), o premiado artista gráfico Gustavo Piqueira reapresenta e faz reflexões sobre os principais trabalhos do criador mineiro.

A fotografia, a colagens e a poesia são algumas das expressões que marcam o trabalho de Nunes. “Na parafernália gráfica de minha poesia, houve de tudo: cartazes, folhetos, envelopes recheados de papéis de todas as formas e até livros parecidos com livros”, explicou ele mesmo. Nenhuma das grandes editoras aceitou publicá-lo e ele recusou-se a ceder um milímetro que fosse da sua liberdade.

O primeiro livro, Última carta da América, saiu em 1968, em edição do próprio autor. “Eu mesmo teria de bancar meus livros ou seria apenas mais um inédito eternamente”, defendeu.

O segundo livro veio via financiamento coletivo. Escreveu para nomes que poderiam se interessar pela obra: 150 toparam e ele lançou A cidade de Deus, de 1970. Mais tarde, já nos anos 1980, ele funda a Dubolso, editora que adotou o modelo de financiamento coletivo para viabilizar suas publicações.